Biópsia De Próstata Guiada Por Ultrassonografia De Fusão: Experiência De Uma Clínica Particular Da Cidade De Bragança Paulista
DOI:
https://doi.org/10.37497/JMRReview.v2i1.48Palavras-chave:
Câncer de Próstata, Urologia, Biópsia, Técnicas de ImageamentoResumo
Introdução: Na última década, a introdução da ressonância magnética multiparamétrica (mpMRI) e da mpMRI direcionada por ultrassonografia de fusão (TBx) gerou grandes expectativas sobre a via diagnóstica do câncer de próstata. Esse método também tem melhor sensibilidade para localizar e detectar tumores clinicamente significativos, e é utilizado para direcionar biópsias especificamente para áreas suspeitas.
Objetivo: Por meio de um estudo observacional, avaliar a experiência de uma clínica particular na realização de biópsias de próstata guiadas por TBx.
Método: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, que utilizou informações de prontuários já arquivados no Instituto de Urologia Bragança, localizado na cidade de Bragança Paulista – SP, de pacientes atendidos no período de setembro de 2021 a março de 2023, e que realizaram biópsias de próstata guiadas por TBx. Resultados: No presente estudo observou-se que a média de idade dos pacientes foi de aproximadamente 66 anos, com PSA médio de 7,70 ng/mL. Dentre os pacientes avaliados, cerca de um terço apresentava risco aumentado de câncer de próstata com base nos valores da relação entre o PSA livre e o PSA total. A classificação PIRADS mais prevalente na amostra estudada foi a 4, e dentre os pacientes com classificação PIRADS 3, que não seriam naturalmente indicados para biópsia, identificou-se PSAd maior do que 0,15 em pouco mais de um terço deles, sugerindo que os mesmos também deveriam ser submetidos ao exame. A maioria dos pacientes avaliados em nossa amostra apresentou resultado negativo com base na escala de Gleason. Dentre os positivos, a mais prevalente foi a 3+4.
Conclusão: Este estudo avaliou a experiência do nosso Serviço na realização da ultrassonografia por fusão, descrevendo o perfil epidemiológico dos pacientes e apontando aqueles que efetivamente necessitaram de biopsia prostática para pesquisa de câncer. Como principal resultado, foi possível identificar a superioridade da biópsia por fusão quando comparada à biópsia randomizada. Sugere-se que levantamentos semelhantes sejam realizados em várias regiões do Brasil com vistas e verificar se o fenômeno pontualmente observado em nossa região poderá se repetir em escala nacional.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer de próstata. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-prostata/cancer-de-prostata>. Acesso em: 17 nov. 2023.
DEMUNER, B. B.; CARRIJO-CARVALHO, L. C. Avaliação de fatores de risco e antígeno prostático específico no rastreamento de câncer de próstata. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 20, n. 2, p. 235–239, 29 set. 2021. DOI: https://doi.org/10.9771/cmbio.v20i2.44049
DROST, F.-J. H. et al. Prostate MRI, with or without MRI-targeted biopsy, and systematic biopsy for detecting prostate cancer. The Cochrane Database of Systematic Reviews, v. 4, n. 4, p. CD012663, 25 abr. 2019. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD012663.pub2
FINE, S. Classification/Stratification Systems for Prostate Cancer. Medscape, , 2022. Disponível em: <http://decisionpoint.medscape.com/viewarticle/974563>. Acesso em: 17 nov. 2023
FOREMAN, K. J. et al. Forecasting life expectancy, years of life lost, and all-cause and cause-specific mortality for 250 causes of death: reference and alternative scenarios for 2016-40 for 195 countries and territories. Lancet (London, England), v. 392, n. 10159, p. 2052–2090, 10 nov. 2018.
FULCO, A. et al. Multiparametric Magnetic Resonance Imaging-Ultrasound Fusion Transperineal Prostate Biopsy: Diagnostic Accuracy from a Single Center Retrospective Study. Cancers, v. 13, n. 19, p. 4833, 28 set. 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/cancers13194833
GBD 2017 Disease and injury incidence and prevalence collaborators. Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 354 diseases and injuries for 195 countries and territories, 1990-2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet (London, England), v. 392, n. 10159, p. 1789–1858, 10 nov. 2018.
HASSANZADEH, E. et al. Prostate Imaging Reporting and Data System Version 2 (PI-RADS v2): A pictorial review. Abdominal radiology (New York), v. 42, n. 1, p. 278–289, jan. 2017. DOI: https://doi.org/10.1007/s00261-016-0871-z
HOOGENDAM, A.; BUNTINX, F.; DE VET, H. C. The diagnostic value of digital rectal examination in primary care screening for prostate cancer: a meta-analysis. Family Practice, v. 16, n. 6, p. 621–626, dez. 1999. DOI: https://doi.org/10.1093/fampra/16.6.621
JAIN, M. A.; LESLIE, S. W.; SAPRA, A. Prostate Cancer Screening. Em: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2023.
LEE, S. H.; SHEN, M. M. Cell types of origin for prostate cancer. Current Opinion in Cell Biology, v. 37, p. 35–41, dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ceb.2015.10.002
LEIN, M. et al. Relation of Free PSA/Total PSA in Serum for Differentiating Between Patients with Prostatic Cancer and Benign Hyperplasia of the Prostate: Which Cutoff Should Be Used? Cancer Investigation, v. 16, n. 1, p. 45–49, 1 jan. 1998. DOI: https://doi.org/10.3109/07357909809039753
LILJA, H.; ULMERT, D.; VICKERS, A. J. Prostate-specific antigen and prostate cancer: prediction, detection and monitoring. Nature Reviews. Cancer, v. 8, n. 4, p. 268–278, abr. 2008. DOI: https://doi.org/10.1038/nrc2351
LOY, L. M. et al. A systematic review and meta-analysis of magnetic resonance imaging and ultrasound guided fusion biopsy of prostate for cancer detection-Comparing transrectal with transperineal approaches. Urologic Oncology, v. 38, n. 8, p. 650–660, ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.urolonc.2020.04.005
MAGALHÃES PINA, J. et al. Biópsia prostática dirigida por fusão cognitiva após ressonância magnética multiparamétrica. Comparação com a técnica habitual de biópsia aleatória. Acta Urológica Portuguesa, v. 32, n. 3, p. 101–107, 1 set. 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.acup.2015.08.002
MARRA, G. et al. Controversies in MR targeted biopsy: alone or combined, cognitive versus software-based fusion, transrectal versus transperineal approach? World Journal of Urology, v. 37, n. 2, p. 277–287, fev. 2019. DOI: https://doi.org/10.1007/s00345-018-02622-5
MARRA, G. et al. Transperineal Free-hand mpMRI Fusion-targeted Biopsies Under Local Anesthesia: Technique and Feasibility From a Single-center Prospective Study. Urology, v. 140, p. 122–131, jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.urology.2019.11.078
MARRA, G. et al. Transperineal freehand multiparametric MRI fusion targeted biopsies under local anaesthesia for prostate cancer diagnosis: a multicentre prospective study of 1014 cases. BJU international, v. 127, n. 1, p. 122–130, jan. 2021. DOI: https://doi.org/10.1111/bju.15121
MOTTET, N. et al. EAU-ESTRO-SIOG Guidelines on Prostate Cancer. Part 1: Screening, Diagnosis, and Local Treatment with Curative Intent. European Urology, v. 71, n. 4, p. 618–629, abr. 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.eururo.2016.08.003
MUNJAL, A.; LESLIE, S. W. Gleason Score. Em: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2023.
NGUYEN-NIELSEN, M.; BORRE, M. Diagnostic and Therapeutic Strategies for Prostate Cancer. Seminars in Nuclear Medicine, v. 46, n. 6, p. 484–490, nov. 2016. DOI: https://doi.org/10.1053/j.semnuclmed.2016.07.002
PARK, J. W. et al. Prostate epithelial cell of origin determines cancer differentiation state in an organoid transformation assay. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 113, n. 16, p. 4482–4487, 19 abr. 2016. DOI: https://doi.org/10.1073/pnas.1603645113
REBELLO, R. J. et al. Prostate cancer. Nature Reviews. Disease Primers, v. 7, n. 1, p. 9, 4 fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.1038/s41572-020-00243-0
SANDHU, S. et al. Prostate cancer. The Lancet, v. 398, n. 10305, p. 1075–1090, 18 set. 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(21)00950-8
SBU. Sociedade Brasileira de Urologia. Câncer de Próstata. , 2023. Disponível em: <https://sbu-sp.org.br/publico/cancer-de-prostata-3/>. Acesso em: 17 nov. 2023
SFANOS, K. S. et al. The inflammatory microenvironment and microbiome in prostate cancer development. Nature Reviews. Urology, v. 15, n. 1, p. 11–24, jan. 2018. DOI: https://doi.org/10.1038/nrurol.2017.167
SPEKTOR, M.; MATHUR, M.; WEINREB, J. C. Standards for MRI reporting—the evolution to PI-RADS v 2.0. Translational Andrology and Urology, v. 6, n. 3, p. 355–367, jun. 2017. DOI: https://doi.org/10.21037/tau.2017.01.02
ULMERT, D. et al. Long-term prediction of prostate cancer: prostate-specific antigen (PSA) velocity is predictive but does not improve the predictive accuracy of a single PSA measurement 15 years or more before cancer diagnosis in a large, representative, unscreened population. Journal of Clinical Oncology: Official Journal of the American Society of Clinical Oncology, v. 26, n. 6, p. 835–841, 20 fev. 2008. DOI: https://doi.org/10.1200/JCO.2007.13.1490
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do texto na da revista;
O(s) autor(es) garantem que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
A revista não se responsabiliza pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html