Resumen
Introdução: Sarcomas de mama representam menos de 1% das neoplasias de mama e, dentre seus subtipos histológicos, temos os angiossarcomas. Angiossarcomas podem ser de origem primária ou secundária, que podem ocorrer após tratamento radioterápico, com apresentação entre 3 a 12 anos após exposição. São doenças raras, de prognóstico ruim e alta taxa de recorrência.
Relato de caso: Mulher, 75 anos, diagnosticada com neoplasia de mama em 2016, Ec IIB, luminal B. Operada up front, realizou quimioterapia e radioterapia adjuvante em serviço vinculado ao Sistema Único de Saúde e evoluiu com metástase óssea em 2021. Iniciou tratamento paliativo com hormonioterapia e evoluiu com metástases hepáticas e progressão de doença óssea em 2023, sendo trocado tratamento para capecitabina. Devido toxicidade, trocada quimioterapia paliativa para paclitaxel. Após 9º ciclo, paciente evoluiu com progressão de doença hepática de alto volume, ao passo em que surgiu nodulação em mama esquerda, com rápida evolução para surgimento de lesões planas arroxeadas circunscritas. Optado por biópsia, que confirmou angiossarcoma. Após poucos dias, surgiu nova lesão em borda de ferida operatória, sendo optado por mastectomia esquerda. O anatomopatológico e estudo imunohistoquímico reforçam diagnóstico de angiossarcoma. Paciente retorna ao tratamento oncológico paliativo após boa recuperação cirúrgica.
Conclusão: Este caso busca auxiliar no reconhecimento precoce dos angiossarcomas, doença que comumente tem apresentação clínica inicial inocente. No caso relatado, o desafio se tornou ainda maior devido progressão de neoplasia de mama com alto volume de doença hepática, exigindo conduta cirúrgica rápida a fim de evitar deterioração clínica da paciente.
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