Perfil Sociodemográfico, Condições De Trabalho E Fatores Associados À Síndrome De Burnout Em Médicos Residentes
PDF (Português (Brasil))

Palabras clave

Síndrome de Burnout
Saúde do Trabalhador
Residência Médica

Cómo citar

Machado de Matos, C. R., Mendonça, C. F. F. de M., & Coelho, S. J. D. D. de A. C. (2023). Perfil Sociodemográfico, Condições De Trabalho E Fatores Associados À Síndrome De Burnout Em Médicos Residentes. Journal of Medical Residency Review, 2(1), e042. https://doi.org/10.37497/JMRReview.v2i1.42

Resumen

Introdução: Síndrome de Burnout é um termo utilizado para explicar o sofrimento do indivíduo no ambiente de trabalho. Está associada à diminuição ou perda da motivação e alto grau de insatisfação decorrentes da exaustão física e psicológica. Acomete principalmente profissionais que mantêm uma estreita relação de ajuda a outras pessoas, como é o caso dos profissionais das áreas biomédicas. Médicos residentes estão suscetíveis ao burnout, uma vez que vivenciam uma dualidade de papéis enfrentando cobranças de seus preceptores, dos pacientes, da sociedade e de si mesmos.

Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico, as condições de trabalho e os fatores associados à Síndrome de Burnout em Médicos Residentes do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, São Luís, em 2015.

Método: Estudo transversal, descritivo e observacional. Foram utilizados dois questionários autoaplicáveis: o primeiro contendo informações sociodemográficas, o segundo, o Maslasch Burnout Inventory, que identifica os fatores associados à Síndrome de Burnout. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o software IBM SPSS Statistics 20.0. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da UFMA.

Resultados: A pesquisa envolveu 141 médicos residentes, sendo 51,8% do sexo feminino, solteiras, com idade entre 26-30 anos, formadas há 3 anos ou menos, no primeiro ano de residência, sendo a Pediatria a principal especialidade. A prevalência de Burnout com escore alto em uma das três dimensões foi de 75,7%.

Conclusão: Sugere-se suportes emocional e psicológico para o médico residente no Hospital Universitário. Essa prática, além de reduzir os elevados índices de Síndrome de Burnout encontrados, poderá contribuir para melhoria da qualidade de vida, dos processos de humanização e da relação médico-paciente.

https://doi.org/10.37497/JMRReview.v2i1.42
PDF (Português (Brasil))

Citas

SILVA, E. S. Saúde Mental e trabalho. Em: TUNDIS, S. A. e COSTA, N. R. Cidadania e loucura: Políticas de Saúde Mental no Brasil. Petrópolis: Ed. Vozes, 2001.

ARAÚJO, T. M. et al. Estresse ocupacional e saúde: contribuições do Modelo Demanda-Controle. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 4, p. 991-1003, 2003.

TRIGO, T. R. et al.. Síndrome de burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Rev. Psiq. Clín V.34, n.5; pag. 223-233. São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/n5/223.html. Acesso em 01 de outubro de 2015.

LAURELL A. C.; NORIEGA M. Processo de produção e saúde – Trabalho e desgaste operário. São Paulo: Hucitec, 1989.

JODAS D. A.; HADDAD M. C. L. Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta paul. enferm. 2009; 22 (2): 192-197.

SCHAUFELI W. B.; BUUNK B. P. Burnout: an overview of 25 years of research an theorizing. In: Schabracq MJ, Winnusbst JAM, Cooper CL, eds. The handbook of work and health psychology. New York: J Wiley & Sons; c2003. p. 383-425.

VIEIRA, I. et al. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. Rev Psiquiatr RS, v.28, n.3, p. 352-356, set.-dez. 2006.

MASLACH, C.; SCHAUFELI, W.; LEITER, M. Job Burnout. Annual Revlews of Psychology, v.52, 2001, p. 397-422.

BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Burnout: o processo de adoecer pelo trabalho. In: BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. (Org). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem- estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p.21-91.

REINHOLD, H. H. Stress ocupacional do professor. In: LIPP, M. Pesquisas nobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco. Campinas: Papirus, 1996, p. 169-194.

TAMAYO, M. R.; TROCCOLI, B. T. Burnout no trabalho. In MENDES, A. M. e MORRONE, C. F. (Org). Trabalho em transição, saúde em risco. Brasília: Editora da UnB, 2002, p. 43-61.

WEBER, A. e JAEKEL-REINHARD, A. Burnout syndrome: a disease of modern societs? Occup. Med., 50(7), 2000, p. 512-517.

MARTINEZ, J. C. A. Aspectos epidemiológicos del síndrome de burnout em personal sanitário. Rev. Esp. De Salud Publica, 71(3), 1997, p. 293-303.

ALVAREZ G. E. e FERNÁNDEZ R. L. El síndrome de “Burnout” o el desgaste profesional. Revisión de Estudios - Revista Assoc. Esp. Neuropsiquiatria. 11(39): 257-265. 1991.

PAPP, H. Adaptação para o português do Maslach Burnout Inventory – General Survey (Inventário Maslach de Burnout – População Geral). 2007. 41f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Psicologia) – Universidade do Vale do Itajaí, Santa Catarina.

TELLES, S. H. (2008). Síndrome de burnout em agentes comunitários de saúde e estratégias de enfrentamento. Dissertação de Mestrado da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

THOMAS N. K. Resident burnout. JAMA. 2004; 292(23): 2880-9.

LIMA, F. D. et al. Síndrome de Burnout em Residentes da Universidade Federal de Uberlândia – 2004. Rev. Bras. de Educ. Med. v. 31, n. 2, p. 137-146, 2007.

CARVALHO, D.V.; LIMA, F.C.A.; LIA, E.D.R.P. Enfermagem em setor fechado: estresse ocupacional. REME Rev Min Enferm, v.8, n.2, p. 290-4, mai.-jun. 2004.

DEUJORS, C. A banalização da injustiça social. 3.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2000.

RAMIREZ A. J.; GRAHAM J.; RICHARDS MA.; CULL A.; GREGORY W.M. Mental health of hospital consultants: the effects of stress and satisfaction at work. Lancet 1996; 347:724-8.

GRUNFELD E; WHELAN T. J.; ZITZELSBERGER L.; WILLAN A. R.; MONTESANTO B.; EVANS W. K. Cancer care workers in Ontario: prevalence of burnout, job stress and job satisfaction. CMAJ 2000; 163:166-9.

GABRIEL S. A.; IZAR L.C.; TRISTÃO C.K.; TOLEDO J. C. F.; RIBEIRO D. J.; PINA S. E. M. et. al. Rastreamento epidemiológico da sintomatologia depressiva em residentes e estudantes de medicina. Rev Fac Ciênc Méd Sorocaba. 2005;7(3):15-9.

FABICHAK C.; SILVA-JÚNIOR J. S.; MORRONE L. C. Síndrome de burnout em médicos residentes e preditores organizacionais do trabalho. Rev Bras Med Trab. 2014;12(2):79-84.

LACERDA J. C.; BARBOSA A. P.; CUNHA A. J. Professional profile of pediatric intensivists in Rio de Janeiro, southeastern Brazil. Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(4):462-9.

MASLACH, C.; LEITER, M.P. - Trabalho: fonte de prazer ou desgaste. Papirus, Campinas, 1997.

CARLOTTO, M. - Síndrome de Burnout: um tipo de estresse ocupacional. Rio Grande do Sul, Caderno Universitário, Ulbra, 2001.

VEGA, E.A.U. - El síndrome de Burnout em el médico. Smithkline Beecham, Madri, 1997.

KUROWSKI, C.M. - Síndrome de Burnout em el sistema penitenciário brasileño. Paraná. Espanha Universidade Autónoma de Madri, Madri, 1999.

BRENT D. A. The residency as a developmental process. J Med Educ. 1981;56(5):417-22.

BARROS D. S.; TIRONI M. O.; NASCIMENTO SOBRINHO C. L.; NEVES F.S.; BITENCOURT A. G.; ALMEIDA A. M. et al. Médicos plantonistas de unidade de terapia intensiva: perfil sócio-demográfico, condições de trabalho e fatores associados à síndrome de burnout. Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):235-40.

TUCUNDUVA, L.T.C.M.; GARCIA, A.P.; PRUDENTE, F.V.B.; CENTOFANTI, G.; SOUZA, C.M.; MONTEIRO, T.A.; VINCE, F.A.H.; SAMANO, E.S.T.; GONÇALVES, M.S.; DEL GIGLIO, A. - A síndrome da estafa profissional em médicos cancerologistas brasileiros. Rev. Assoc. Med. Bras 52: 108-112, 2006.

AMIREZ A. J.; GRAHAM J.; RICHARDS M. A.; CUFF A.; GREGORY W. M.; LEANING M. S. et al. Burnout and psychiatric disorder among cancer clinicians. Br J Cancer 1995,71:1263-69.

GONZALEZ R. P.; GONZALEZ J. F. S. Prevalencia del Síndrome de Burnout o desgaste professional en los médicos de atención primária. Aten Primaria 1998; 22:580-4.

BARRACK R. L.; MILLER L. S.; SOTILE W. M.; SOTILE M. O.; RUBASH H. E. Effect of duty hour standards on burnout among orthopaedic surgery residents. Clin Orthop Relat Res. 2006;449(1):134-7.

CORDES, C. L.; DOUGHERTY, T. W. (1993). A review and a integration of research on job burnout. Academy of Managemente Review, 18, 621-656.

GAINES, J.; JERMIER, J. M. (1983). Emotional exhaustion in a high stress organuizations. Academy of Management Journal, 26, 567-586.

MASLACH, C. (1993). Burnout: A multidimensional perspective. In W. B. Schaufeli, C. Maslach & T. Marek (Orgs.), Professional burnout: Recent developments in theory and research (pp.19-32). Washington: Taylor & Francis.

MASLACH. C.; JACKSON, S. (1986). Maslach Burnout Inventory Manual. Palo Alto: Consulting Psychological Press.

LIMA F. D. Características da incidência da Síndrome de Burnout em pediatras de uma organização hospitalar pública [dissertação]. Florianópolis: Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina; 2004.

TZISCHINSKY O.; ZOHAR D.; EPSTEIN R.; CHILLAG N.; LAVIE P. Daily and yearly burnout symptoms in Israeli shift work residents. J Hum Ergol (Tokyo). 2001;30:357-62.

GABBE S. G.; MELVILLE J.; MANDEL L.; WALKER E. Burnout in chairs of obstetrics and gynecology: diagnosis, treatment and prevention. Am J Obstet Gynecol. 2002;186(4): 601-12.

CARLOTTO M. S.; CAMARA S. G. Análise da produção científica sobre a síndrome de burnout no Brasil. Psico. 2008;39(2):152-8.

BRASIL. Ministério da Educação. Comissão Nacional de Residência Médica [Internet]. Resolução CNRM 05/2002. [online] Brasília (DF); 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ CNRM052002.pdf

TEMPSKI P.; ASAIAG P. E.; PEROTTA B; MARTINS M. A. Avaliação da qualidade de vida, sonolência diurna e burnout em Médicos Residentes. Rev Bras Educ Méd. 2010;34(3):422-9.

HADDAD M. C. L.; JODAS D. A. Síndrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta Paul Enferm. 2009;22(2):192-7.

Creative Commons License

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.