Uso De Enxerto De Fíbula Não Vascularizada Para O Tratamento De Falha Óssea Em Fraturas Dos Ossos Do Antebraço
PDF

Palavras-chave

Fraturas do antebraço
Defeito ósseo
Enxerto fibular não vascularizado
Reconstrução óssea
Autoenxerto
Relato de caso

Como Citar

Baruel, G. J. de G., Marques da Silva, L. F., Tescarolli, A., Buainain, R. P., Ninomiya, A. F., & Nonose, N. (2025). Uso De Enxerto De Fíbula Não Vascularizada Para O Tratamento De Falha Óssea Em Fraturas Dos Ossos Do Antebraço. Journal of Medical Residency Review, 4(00), e087. https://doi.org/10.37497/JMRReview.v4i00.87

Resumo

Introdução: As fraturas expostas do antebraço com perda óssea segmentar representam um dos maiores desafios da ortopedia reconstrutiva, devido à complexidade anatômica e funcional do rádio e da ulna. O enxerto de fíbula não vascularizada (NVFG) tem sido proposto como alternativa eficaz em falhas ósseas moderadas, especialmente em serviços sem disponibilidade de microcirurgia, apresentando bons índices de consolidação e menor morbidade quando comparado a técnicas mais complexas.

Objetivo: Relatar e analisar criticamente um caso de reconstrução de falha segmentar do rádio com enxerto de fíbula não vascularizada em paciente jovem vítima de trauma de alta energia, acompanhada por 24 meses.

Método: Estudo do tipo relato de caso, baseado em revisão retrospectiva do prontuário hospitalar e exames de imagem. Foram avaliados dados clínicos, cirúrgicos e funcionais de paciente atendida em hospital universitário, com seguimento ambulatorial de dois anos.

Relato de Caso: Paciente feminina, 25 anos, vítima de acidente automobilístico, apresentou fratura exposta de rádio e ulna com defeito segmentar radial de 5 cm. Inicialmente foi submetida a limpeza cirúrgica, antibioticoterapia e fixação externa. Posteriormente, realizou-se reconstrução com enxerto autólogo de fíbula não vascularizada de 6 cm, fixado com placa DCP. A evolução foi favorável, com sinais de integração óssea em oito semanas, formação de calo em seis meses e consolidação completa em 12 meses. Após 24 meses, a paciente apresentava função preservada, amplitude de prono-supinação próxima ao normal e retorno às atividades de vida diária.

Conclusão: O enxerto de fíbula não vascularizada mostrou-se uma alternativa segura, eficaz e viável para reconstrução de falhas segmentares do antebraço em contexto hospitalar sem microcirurgia disponível. O caso reforça sua aplicabilidade como técnica custo-efetiva, com bons resultados de consolidação e função a longo prazo, desde que haja adequada seleção do paciente, técnica cirúrgica criteriosa e acompanhamento rigoroso.

https://doi.org/10.37497/JMRReview.v4i00.87
PDF

Referências

Delloye C, Cornu O, Druez V, Barbier O. Bone allografts: what they can offer and what they cannot. J Bone Joint Surg Br. 2007;89(5):574–9.

Hou Z, Yang P, Duan X, Zhang L, Tang P. Non-vascularized fibular autograft for the treatment of bone defects: an analysis of 98 cases. Orthop Surg. 2021;13(1):38–45.

Matsen FA, Antuña SA, Sperling JW. Autogenous bone grafting: basic science and clinical implications. J Shoulder Elbow Surg. 2018;27(3):502–9.

Ekinci Y, Gürbüz K. Non-vascularized fibular grafting in the treatment of upper extremity pseudarthrosis: is it an effective choice? Erciyes Med J. 2020;42(2):167–73.

Ren K, Zong Q, Chen Z, Han Y, Qi J, Xu W. Long-term follow-up of fibular graft for reconstruction of upper limb long bones. Medicine (Baltimore). 2018;97(40):e12605.

Jupiter JB, Ring D. Treatment of unreconstructable diaphyseal defects of the forearm by free vascularized fibular graft. J Bone Joint Surg Am. 1998;80(6):791–8.

Weiland AJ, Moore JR, Daniel RK. Vascularized bone autografts: experience with 41 cases. Clin Orthop Relat Res. 1983;(174):87–95.

Pho RW, Patradul A, Satku K, Kour AK, Leong JC, Lee HP. Free vascularised fibular graft in skeletal reconstruction. J Bone Joint Surg Br. 1988;70(4):607–10.

Toh S, Harata S, Tsubo K, Inoue S, Narita S, Sugimoto K. Secondary reconstruction of forearm bones by vascularized fibular graft. J Hand Surg Br. 1993;18(5):558–63.

Minami A, Kasashima T, Iwasaki N, Kato H, Kaneda K. Vascularised fibular grafts. An experience of 102 patients. J Bone Joint Surg Br. 2000;82(7):1022–5.

Moran SL, Shin AY. Vascularized fibula graft for the treatment of congenital pseudarthrosis of the tibia. J Child Orthop. 2008;2(2):103–11.

Urbaniak JR, Cooney WP, Adams RA. The free vascularized fibular graft: a retrospective review of 122 cases. J Bone Joint Surg Am. 1981;63(7):1028–37.

Enneking WF, Eady JL, Burchardt H. Autogenous cortical bone grafts in the reconstruction of segmental skeletal defects. J Bone Joint Surg Am. 1980;62(7):1039–58.

Doi K, Sakai K. Vascularized bone grafts for reconstruction of the extremities. Microsurgery. 1994;15(4):253–63.

Jupiter JB, Grossman JA, Currier BL. Vascularized bone grafts in upper limb reconstruction. J Hand Surg Am. 1992;17(5):836–42.

Boyer MI, Bowen CV, Weiland AJ. Vascularized bone grafting: indications, techniques, and results. J Hand Surg Am. 1998;23(4):594–602.

Lamberti PM, Donati D, Colangeli S, Mercuri M. The use of non-vascularized fibular grafts in the reconstruction of large bone defects after tumour resection. Int Orthop. 2012;36(1):239–45.

Saini R, Bali K, Bachhal V, Mootha AK, Dhillon MS, Gill SS. Non-vascularized fibular grafts in large bone defects. Med J Armed Forces India. 2011;67(4):333–8.

Toh S, Tsubo K, Nishikawa S. Reconstruction of large bone defects in the forearm by non-vascularized fibular grafts. J Orthop Sci. 2001;6(6):477–83.

Gupta A, Kumar S, Singh AK. Outcome of non-vascularized fibular grafting in long bone defects: a clinical study. Indian J Orthop. 2016;50(3):277–83.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.