Neuroblastoma Fetal: Relato De Caso
DOI:
https://doi.org/10.37497/JMRReview.v1i1.17Palavras-chave:
Neuroblastoma Fetal, Relato de Caso, Obstetrícia, Diagnóstico por ImagemResumo
Introdução: O neuroblastoma é um tumor de células nervosas embrionárias pouco diferenciadas. Embora mais comumente encontrado na glândula adrenal (90%), também pode ser encontrado no mediastino posterior ou ao longo da cadeia neural simpática. Além disso, o neuroblastoma congênito é o segundo tumor mais comum no período neonatal, correspondendo a 20% de todos os tumores congênitos.
Objetivo: Relatar um caso de neuroblastoma fetal diagnosticado em nosso Serviço.
Relato de caso: Tratou-se de uma gestação onde a paciente possuía diabetes mellitus gestacional e idade gestacional de 38 semanas e 3 dias. O feto, segundo ultrassonografia (USG) morfológica, apresentava uma lesão tumoral em sua glândula suprarrenal direita, além de macrossomia. Por conta dos resultados observados, foi realizado um parto por cesárea, sem intercorrências. Na USG pós-parto a lesão tumoral permaneceu, porém, não foram observadas repercussões clínicas. O recém-nascido recebeu alta do Serviço com encaminhamento ambulatorial para a equipe de cirurgia pediátrica, e uma terceira USG demonstrou uma lesão sólido-cística em sua glândula adrenal direita, que media 2,8 x 2,7 x 2,0 cm, ainda sem repercussões clínicas.
Conclusão: O neuroblastoma fetal possui ótimo prognóstico, e relatos de remissão tumoral espontânea são comuns. Entretanto, é necessária cautela frente a este tipo tumor, visto que é possível que ocorram metástases in utero ou compressão da medula espinal do feto/neonato. Destaca-se a importância de exames de imagem, principalmente a USG e ressonância magnética, pré-natais para a identificação prévia do neuroblastoma, e pós-parto para a identificação do estadiamento do tumor. Outrossim, os tumores classificados em 4S são de melhor prognóstico, com a possibilidade de remissão espontânea.
Referências
AMLER, L. C. et al. Identification and characterization of novel genes located at the t(1;15)(p36.2;q24) translocation breakpoint in the neuroblastoma cell line NGP. Genomics, v. 64, n. 2, p. 195–202, 1 mar. 2000. DOI: https://doi.org/10.1006/geno.1999.6097
CHEN, C. P. et al. Clinical and perinatal sonographic features of congenital adrenal cystic neuroblastoma: a case report with review of the literature. Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology, v. 10, n. 1, p. 68–73, jul. 1997. DOI: https://doi.org/10.1046/j.1469-0705.1997.10010068.x
DAVIS, J. et al. Diagnosis of neonatal neuroblastoma with postmortem magnetic resonance imaging. Radiology Case Reports, v. 12, n. 1, p. 191–195, mar. 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.radcr.2016.08.019
DELAHAYE, S. et al. Prenatal diagnosis of dumbbell neuroblastoma. Ultrasound in Obstetrics & Gynecology: The Official Journal of the International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology, v. 31, n. 1, p. 92–95, jan. 2008. DOI: https://doi.org/10.1002/uog.5148
DEMARCO, R. T. et al. Congenital neuroblastoma: a cystic retroperitoneal mass in a 34-week fetus. The Journal of Urology, v. 166, n. 6, p. 2375, dez. 2001. DOI: https://doi.org/10.1016/S0022-5347(05)65593-0
ELSAYES, K. M. et al. Adrenal masses: mr imaging features with pathologic correlation. Radiographics: A Review Publication of the Radiological Society of North America, Inc, v. 24 Suppl 1, p. S73-86, out. 2004. DOI: https://doi.org/10.1148/rg.24si045514
FISHER, J. P. H.; TWEDDLE, D. A. Neonatal neuroblastoma. Seminars in Fetal & Neonatal Medicine, v. 17, n. 4, p. 207–215, ago. 2012. DOI: https://doi.org/10.1016/j.siny.2012.05.002
FORMAN, H. P. et al. Congenital neuroblastoma: evaluation with multimodality imaging. Radiology, v. 175, n. 2, p. 365–368, maio 1990. DOI: https://doi.org/10.1148/radiology.175.2.2183280
KOESTERS, R. et al. Human eukaryotic initiation factor EIF2C1 gene: cDNA sequence, genomic organization, localization to chromosomal bands 1p34-p35, and expression. Genomics, v. 61, n. 2, p. 210–218, 15 out. 1999. DOI: https://doi.org/10.1006/geno.1999.5951
KÖKSAL, Y. et al. Bilateral adrenal cystic neuroblastoma with hepatic and splenic involvement in a newborn. Journal of Pediatric Hematology/Oncology, v. 27, n. 12, p. 670–671, dez. 2005. DOI: https://doi.org/10.1097/01.mph.0000193470.91690.bd
LEE, S. Y. et al. Congenital bilateral cystic neuroblastoma with liver metastases and massive intracystic haemorrhage. The British Journal of Radiology, v. 71, n. 851, p. 1205–1207, nov. 1998. DOI: https://doi.org/10.1259/bjr.71.851.10434918
LONERGAN, G. J. et al. Neuroblastoma, ganglioneuroblastoma, and ganglioneuroma: radiologic-pathologic correlation. Radiographics: A Review Publication of the Radiological Society of North America, Inc, v. 22, n. 4, p. 911–934, ago. 2002. DOI: https://doi.org/10.1148/radiographics.22.4.g02jl15911
LUIS, A. L. et al. [Congenital neuroblastomas]. Cirugia Pediatrica: Organo Oficial De La Sociedad Espanola De Cirugia Pediatrica, v. 17, n. 2, p. 89–92, abr. 2004.
OMOSEEBI, O. et al. Neonatal neuroblastoma with adrenal primary and metastasis to the liver: A case report and a review of literature. African journal of paediatric surgery: AJPS, v. 13, n. 4, p. 217–222, dez. 2016. DOI: https://doi.org/10.4103/0189-6725.194674
SUL, H. J.; KANG, D. YOUNG. Congenital neuroblastoma with multiple metastases: a case report. Journal of Korean Medical Science, v. 18, n. 4, p. 618–620, ago. 2003. DOI: https://doi.org/10.3346/jkms.2003.18.4.618
TIAN, C.; CHEN, L.; ZHU, C. [An adrenal neuroblastoma regression diagnosed and followed by ultrasound: a case report]. Zhong Nan Da Xue Xue Bao. Yi Xue Ban = Journal of Central South University. Medical Sciences, v. 42, n. 2, p. 233–235, 28 fev. 2017.
WERNER, H. et al. Fetal neuroblastoma: ultrasonography and magnetic resonance imaging findings in the prenatal and postnatal IV-S stage. Obstetrics & Gynecology Science, v. 59, n. 5, p. 407–410, 2016. DOI: https://doi.org/10.5468/ogs.2016.59.5.407

Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do texto na da revista;
O(s) autor(es) garantem que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
A revista não se responsabiliza pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html